domingo, 5 de fevereiro de 2012

POESIA

Do blog BAÚ DE GUARDADOS...


Qual porta esqueci de abrir
ao merecimento dos pequenos detalhes da alegria?
O tempo drena as reminiscências dos dias
e a segurança das coisas e das pessoas
se esvai ao sabor de tudo que é inevitavelmente mutável...
Vão-se as ocorrências das fantasias oníricas
e as sensações vulcânicas do tecido da pele...
Vão-se o pestanejar das retinas atentas aos festejos da infância
e a respiração presa no esgueirar das noites
de beijos roubados da adolescência...
É certo que há agora esta beleza do amadurecimento da fruta do tempo,
mas é uma doçura que já não se pode perder num só instante
ao frescor do néctar da existência...
É preciso sorver a seiva no tronco fértil da árvore da vida
e cobrir-se dos seus caules que apuram o verdejar das folhas,
o perfume das flores e o sabor dos frutos
na permanência da fecundidade do tempo.
Genny Xavier

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